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- 2 de mar. de 2023
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Atualizado: 7 de mar. de 2023
Eventos e Experiências iniciais - Século 19
Em Apocalipse 14.8 lemos a mensagem do segundo anjo: “Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua fornicação”. Somos chamados a nos desprendemos desse sistema mundano e caído. “Babilônia é 'mãe das prostitutas.' Como suas filhas devem ser simbolizadas as igrejas que se apegam às suas doutrinas e tradições, seguindo-lhe o exemplo em sacrificar a verdade e a aprovação de Deus, a fim de estabelecer uma aliança ilícita com o mundo”.¹
O termo Babilônia é derivado de “Babel” e significa confusão, lembrando da torre de babel, construída em desafio ao céu naquela na cidade rebelde. Mas “o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que estavam a levantar”², e esta caiu em abandono e ruínas. Mais tarde na história, a Bíblia declara que Babilônia tem sua própria comida³, música⁴, festas⁵, sistema de economia⁶, adoração⁷ e educação⁸ falsa e idólatra. Assim tais costumes e vinho de doutrina se espalhava para outras nações.
Deus, a fim de conter essa onda do mal, iniciou a proclamação dos três anjos à partir do Estados Unidos, nação cristã e protestante de nascimento. Mas, como as igrejas se recusaram a receber a mensagem do primeiro anjo, rejeitaram a luz do Céu, e caíram do favor de Deus. Então a mensagem: “Caiu Babilônia”, brilhou e muitos deixaram as igrejas⁹. Muito outros se uniram aos que haviam se desprendido do mundo, “sacrificado seus interesses terrenos, abandonado seus tesouros terrestres, e dirigido seu ansioso olhar para o céu, esperando ver seu amado Libertador”¹⁰.
A mensagem do segundo anjo, que estava levando aqueles que a aceitaram à experiência do desprendimento, era: “saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo”¹¹. Em obediência à esta voz, grande número rompeu os laços que os prendiam, de forma decidida se desprenderam das amizades ilícitas com o mundo e se uniram à mensagem “Eis o noivo”. Mas sobre a experiência dos que haviam rejeitado a luz do céu nos é dito:
“Tornaram seguidores da moda: dão mãos aos descrentes nas reuniões de prazer, nas danças, nas festas, etc. ... O apego ao mundo e esquecimento de Deus e Sua Palavra, tornou-se-lhes obscurecido o entendimento, e o coração mundano e sensual. Daí estarem em ignorância quanto ao advento do Messias e, em seu orgulho e incredulidade, rejeitarem o Redentor. Mesmo assim, Deus não privou a nação judaica do conhecimento das bênçãos da salvação, ou de participar delas. Aqueles, porém, que rejeitaram a verdade, perderam todo o desejo do dom do Céu. Tinham “posto as trevas pela luz, e a luz pelas trevas”, até que a luz que neles estava se tornou em trevas; e quão grandes eram as trevas!"¹²
Deus em Seu amor por nós deixou as coisas as claras e avisa: o povo de Deus não é Babilônia¹³. Seu povo é o Israel espiritual, esse sim, e por isso nos diz que:
"Como povo, devemos despertar e limpar o campo de Israel. A licenciosidade, a intimidade ilegal e as práticas profanas estão a entrar em grande medida entre nós, e os ministros que lidam com coisas sagradas são culpados de pecado a este respeito... Estamos em perigo de nos tornarmos uma irmã da Babilónia caída".¹⁴
Como parte da mensagem angélica proclamada no século 19, Deus, além da separação das igrejas apóstatas, descritas em Apocalipse 18, desejou que Seu povo se afastasse da causa da apostasia, isto é da mundanidade, ou seja, sair dependência de um sistema de vida e doutrinas corruptas tão prevalecente nas cidades:
“Saí das cidades o mais depressa possível”¹⁵. ”O Senhor recomenda que Seu povo fixe residência longe das cidades”¹⁶. “Que todos os que desejam compreender o significado destas coisas leiam o capítulo onze do Apocalipse. Lede cada um dos versos e aprendei o que ainda está para ocorrer nas cidades. Lede também as cenas descritas no capítulo dezoito do mesmo livro”¹⁷.
Por isso o Eterno instruiu Seu povo a progressivamente ir mudando-se para as áreas ruais, pois muito em breve “os que quiserem abandonar não o poderão fazer”¹⁸. Esse mudança deve ser feita não somente para experimentar a segurança, saúde e plenitude da verdadeira educação e santificação, mas até mesmo como a correta estratégia de evangelismo de grandes centros urbanos:
“Enoque não viveu no meio de qualquer cidade corrompida com todas as espécies de violência e iniquidade"¹⁹. Ele “colocou a si mesmo e sua família onde a atmosfera seria a mais pura possível. De vez em quando, então, ele se dirigia aos habitantes do mundo com sua mensagem dada por Deus. [...] Depois de proclamar sua mensagem, ele sempre levava de volta consigo, a seu lugar de retiro, alguns que aceitavam a advertência”²⁰. Assim que: ”mais e mais, à medida que aumenta a impiedade nas grandes cidades, teremos que trabalhar nelas a partir de centros avançados [retirados]. Foi desse modo que Enoque trabalhou”²¹.
Eventos e Experiências finais - Nossos dias
Os eventos e experiências iniciais da mensagem do segundo anjo de Apocalipse 14 já foram descritos, mas quanto à situação da queda de Babilônia no século 19 nos é dito que: “a obra da apostasia não atingiu ainda a culminância”²². A queda de Babilônia se completará quando os que não receberam o amor da verdade para se salvarem forem deixados à mercê da “operação do erro", e a união da igreja com o mundo se tenha consumado em toda a cristandade. A mudança é gradual, e o cumprimento perfeito de Apocalipse 14:8 está ainda no futuro²³, isto é, para os nossos dias, pois estamos diante dos eventos e experiência finais das mensagens angélicas.
Olhando para o passado nos perguntamos: Qual foi a origem desta grande apostasia? Como se iniciou esse afastamento da igreja da simplicidade do evangelho? Foi o conformar-se com as práticas do paganismo a fim de facilitar a aceitação da doutrina cristã pelos pagãos. E esse mesmo cenário não tem se repetido em nossos dias?²⁴
É justamente quando um dilúvio de mundanismo invade a igreja e “leva consigo seus costumes, práticas e ídolos”. Amizade do mundo, que é “inimizade contra Deus”, é hoje acalentada entre os professos seguidores de Cristo!²⁵ Deus nos convida ao desprendimento total e final do sistema Babilônico de estilo de vida opressor e sistemas de economia, adoração e educação falsos e idólatras.
A mensagem segue hoje para nós: “Saí do meio dela, ó povo meu, e salve cada um a sua vida do ardor da ira do Senhor”²⁶. No contexto atual não é difícil perceber que esse sistema está caído e dado ao fracasso, da economia aos sistemas de saúde, à falsa educação; crise, fome, epidemias, ira das nações, aliados a um grande e forjado problema climático.
Diante de todo esse cenário, o nosso Amante Salvador nos diz: Filho, saia desse sistema. Porque mais cedo ou mais tarde, os que desejarem fazer minha vontade e obedecer Minha Lei, serão rejeitado por esse sistema. Vá para o campo. Vá para as montanhas. Somos convidados a sairmos aos campos, nas montanhas, em meio à natureza, pois:
“Contemplando o encanto da natureza, estudando suas lições no cultivo do solo, no crescimento das árvores, em todas as maravilhas da terra, mar e céu, advir-nos-á percepção nova da verdade. Os mistérios ligados ao proceder de Deus para com os homens, as profundezas de Sua sabedoria e penetração, vistos na vida humana — verificar-se-á serem um depósito repleto de tesouros."²⁷
Como foi no inicio da proclamação da mensagem dos três anjos, as experiências finais do povo de Deus devem ser as mesmas de desprendimento de opiniões e tradições de homens, contudo de maneira mais completa. Nos século 19, os remanescentes fieis, verdadeiros Israelitas, recusaram atender às repetidas falsas asserções de: “Deus está conosco”, “temos conosco a verdade”.²⁸ Certamente “não basta ter boas intenções ou querer fazer o que é justo ou fazer o que os ministros dizem; a salvação de nossa alma está em jogo e só a nós mesmos vai ser pedido contas de nossa alma. Temos o dever de estudar, de esquadrinhar por nós mesmos as escrituras e aprender diretamente delas. Em nenhum momento devemos nos apartar da direção das escrituras sagradas para colocar nossas vidas nas mãos de homens.”²⁹
Por isso Deus está pessoalmente educando um povo: “agora, como nunca antes, precisamos compreender a verdadeira ciência da educação. Se deixarmos de compreender isso, jamais teremos lugar no Reino de Deus”³⁰. Cristo quer que experimentemos essa verdadeira educação e Ele está às portas. Por este motivo nos diz:
“Não considereis uma privação serdes convidados a abandonar as cidades e mudar-vos para zonas rurais. Aí, ricas bênçãos aguardam aos que delas se quiserem apoderar. Contemplando as cenas da Natureza, as obras do Criador, estudando as obras das mãos de Deus, imperceptivelmente sereis transformados à mesma imagem.”³¹
Ao deixarmos mais e mais a escravidão do Egito e Babilônia espiritual prevalecente nas cidades, encontramos a paz da obediência e verdadeira segurança e felicidade. Pois “a verdadeira felicidade será o resultado de todo desprendimento, de toda crucifixão do próprio eu. Ao ser ganha uma vitória, a próxima será fácil de alcançar”³².
Referências
¹ O Grande Conflito, 383, EGW.
² Gênesis 11.5
³ Daniel 1.5
⁴ Daniel 3.5
⁵ Daniel 5.1-3
⁶ Apocalipse 18.3
⁷ Daniel 3.6
⁸ Daniel 1.4
⁹ Primeiro Escritos, 237, EGW.
¹⁰ Primeiro Escritos, 249, EGW.
¹¹ 1 Coríntios 6.17
¹² O Grande Conflito, 377, EGW.
¹³ Igreja Remanescente, 38, EGW.
¹⁴ Manuscript Releases, Vol 21, par. 380, EGW.
¹⁵ Mensagem Escolhidas, Vol 2, 356, EGW.
¹⁶ Eventos Finais, 95, EGW.
¹⁷ Eventos Finais, 95, EGW.
¹⁸ General Conference Bulletin, 06/04/1903, EGW.
¹⁹ Evangelismo, 78, EGW.
²⁰ Ministério Para as Cidades, 11, EGW.
²¹ Ministério Para as Cidades, 11, EGW.
²² O Grande Conflito, 389, EGW.
²³ O Grande Conflito, 389, EGW.
²⁴ O Grande Conflito, 384, EGW.
²⁵ O Grande Conflito, 385, EGW.
²⁶ Isaías 51.45
²⁷ Parábola de Jesus 61.2, EGW.
²⁸ Primeiros Escritos, 242.
²⁹ Testemunho, 11/01/2019, DE.
³⁰ Christian Educator, 01/07/1897, EGW.
³¹ Vida no Campo, 22, EGW.
³² Recebereis Poder, 354, EGW.
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